Histórico da cidade de Maravilha e do nosso objeto de Pesquisa e Integração o Museu

Cidade de Maravilha

 

Vista panorâmica da cidade de Maravilha. Foto de um quadra da Prefeitura Municipal de Maravilha

 Vista panorâmica da Cidade de Maravilha. Foto tirada de um quadro da Prefeitura Municipal por Rodolfo Vilar

 

A povoação original era conhecida pelo nome Cova dos Defuntos  devido a uma epidemia de cólera, no final da século XIX, que vitimou centenas de pessoas. Uma grande cova foi aberta para enterra os cadáveres. Um missionário que passou anos mais tarde por ali afirmou que, ao contrário do que se pensava fora de lá, o lugar era uma maravilha pelo povo, pelo clima e pela beleza do sítio. A observação do religioso envaideceu seus habitantes, que decidiram substituir o nome lúgubre por Maravilha.

 

HISTÓRIA

Uma fazenda para exploração da pecuária foi instalada por Domingos Gomes na sua sesmaria, em meados do século XVIII. Essa sesmaria abrangia terras que se estendiam da atual cidade de Dois Riachos, até cinco léguas além do local hoje ocupado pela sede municipal de Maravilha. Tempos de pois alguns membros da família Limeira instalaram-se na região,contribuindo para o seu povoamento e desenvolvimento. Em seguida, chegaram Manoel Damião de Carvalho, sua mãe e seu irmão mais novo, Cosme Filho de Lusitanos que habitavam o Maranhão, Manoel Damião foi um dos grandes incentivadores do progresso do lugar.

Sob a liderança de Apolinário Vieira de Carvalho, o povoado atravessou uma fase aúrea. Um intenso comércio de peles, a realização de movimentada feira e um descaroçador de algodão incrementaram sua economia de forma decisiva. Nessa fase foi criado um teatro, dirigido pela professora Eleonora Vieira de Carvalho, que incentivou enormemente as áreas de educação e de cultura. Foram encenadas peças com sucesso, para que, contribuiu, também, Atanagildo Brandão.

Em vista do seu crescimento, Maravilha foi elevada à condição de município autônomo pela Lei n°2.102,de 17 de Julho de 1958. Desmembrando de Santana do Ipanema, foi instalado oficialmente em 2 de Janeiro de 1959. O primeiro prefeito, nomeado para o período de 1959-1960, foi Fernando Rodrigues de Alcântara. O primeiro prefeito eleito pelo povo foi Elesbão Barbosa de Carvalho,que governou de 1960 a 1965. Na luta pela emancipação, destacaram-se as atuações de Apolônio Vieira de Carvalho, José Vieira de Carvalho, Manoel Alcântara, Fernando Alcântara, Alípio Vieira de Carvalho e Elesbão Barbosa de Carvalho.

Sob o aspecto religioso, a primeira capela foi construída, juntamente com um cruzeiro, por Francisco Primo. A atual Igreja Matriz Senhora Sant'Ana foi edificada em 1930, substituindo a pequena capela original. A Paróquia da Sagrada Família foi criada em 21 de Fevereiro de 1991, e tem hoje como pároco o padre (Enaldo Chagas). A Freguesia pertence à Jurisdição Eclesiástica da Diocese de Palmeira dos Índios.

Fonte: Enciclopédia Municípios de Alagoas- Organização Arnon de Melo, pág- 198.

 

ECONOMIA

Tendo como base na pecuária se destacando a produção leiteira, em decorrência da criação de bovinos que representa uma das maiores partes da produção econômica do município. A agricultura tradicional ainda se desenvolve como antigamente no plantio de feijão e milho, apresentando também, a existência da prática de plantio de culturas de subsistências como: a mandioca e a bata-doce. Entre tanto, começa a se desenvolver no município produções alternativas (relacionados a produção artesanal e pequeno porte), entre elas: a produção de sabonete artesanal a base de leite de cabra- pela Associação de Agricultoras de Maravilha denominada NATUCAPRI que impulsiona a caprinocultura na produção familiar, a estruturação de pequenos restaurantes e lanchonetes para atender ao desenvolvimento do turismo local, a partir da implantação do Museu.

 

GEOGRAFIA

 

O município de Maravilha faz parte do Sertão Alagoano e integra a Microrregião Geográfica de Santana do Ipanema. Limita-se ao norte com o Ouro Branco, ao sul com Poço das Trincheiras, a leste com o estado de Pernambuco e a oeste com Canapi*. Possui uma área de ( 302 km2) - IBGE- 2010.

Seu número populacional de acordo com o último levantamento do IBGE em 2010 é de 10.284 (dez mil, duzentos e oitenta e quatro habitantes).

As principais bacias hidrográficas são as dos rios Ipanema, com uma área drenada de 105 km2, e Capiá com 150 Km2. O município é abastecido pela Adutora de Pão de Açúcar. Apresenta topografia bastante acidentada nas serras da Caiçara, com 839 metros, Serrote Solteiro, com 628 metros e Serrote da Pinta, com 468   metros.

 

CULTURA

 
 

Na área cultural temos o danças e manifestações folclóricas e culturais, como: Reisado, Pastorial, Zabumba. Temos também Cantadores de toada, produção de Literatura de Cordel, Coco-de-Roda e Quadrilhas Matutas tradicionais e Estilizada.

No seu calendário de eventos, destacam-se as comemorações da Emancipação Política que se deu no dia 02 de janeiro de 1959- sendo que sua comemoração ocorre no dia 17 de julho em memória a data de criação de município autônomo pela Lei 2.102, de 17 de julho de 1958. A Festa da Padroeira Sagrada Família entre os dias 31/11 e 01 do mês de dezembro, as festividades juninas tendo início no dia 23 até 28 de junho, Festas das Crianças e Nossa Senhora Aparecida no dia 12 de outubro,

 

 

História do Museu

 

 Frente do Museu Paleontológico Otaviano Florentino Ritir, com a réplica do Tigre- Dente- de- Sabre.

 

O pequeno município de Maravilha, pacato e fora do circuito turístico e cultural do estado, de repente passou a estampar as páginas dos jornais e ser conhecido pelo seu recém criado museu. A princípio, os moradores estranharam a movimentação em torno da instalação do novo espaço e das suas peças pré- históricas de aspectos descomunal. Como o ato da montagem, propositadamente, foi aberto a comunidade, que pôde acompanhar de perto a abertura, a população assimilou o museu de tal forma que se orgulha dele e o zela como o bem maior da cidade, depois da igreja. [...]

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A partir de uma descoberta casual, chegou- se ao conhecimento de um sítio com vasto material fóssil de animais pré- histórico, nas imediações da cidade de Maravilha. O primeiro achado foi um pedaço de osso de uma preguiça gigante, encontrado por um agricultor quando arava terra.

A partir de 1997, o paleontólogo Jorge Luiz Lopes começou a se dedicar ao estudo da área e a detectar fragmentos de ossos de animais gigantescos, que viveram há mais de dez mil anos. Vendo a importância do sítio descoberto, Jorge Luiz defendeu sua tese de doutorado sobre a região e, com o apoio da Prefeitura Municipal, instalou em Maravilha um museu para onde levou seus achados.

O acervo compõe-se de esqueletos, em fragmentos grandes e pequenos, de preguiça- gigante, com quase (seis) metros de altura, de partes de esqueletos de tigre- dente- de- sabre, do toxodonte e do mastodonte, todos em excelente condição de estudo e de exposição (como também, partes de carapaças de um tatu gigante).

[...]

O museu foi montado em em um prédio do começo do século XX, antes residencial, situado na praça principal. Em frente , como chamariz para a visitação, uma grande escultura de um tigre- dente- de- sabre, com revestimento que imita o pelo e da à peça uma aparência que impressiona.

A instalação do museu é atraente, moderna e didática, com gráficos e desenhos que ajudam a orientar o visitante no circuito expositivo e a facilitar a compreensão do acervo exposto. Enquanto as peças autênticas estão preservadas em vitrines, as réplicas estão ao acesso da curiosidade de todos, podendo ser tocadas. Foram criadas pelo artista  Valdo Lima, de Carpina- Pernambuco, sob a orientação de Jorge Luiz quanto à forma corpórea do animal, sua musculatura, postura, arcada dentária e expressão. Para animar ainda mais a visitação a Maravilha, algumas dessas réplicas foram espalhadas na caatinga próximo a cidade, surpreendendo quem chega ao município. ( mais precisamente no local onde ocorreram as escavações no Sitio Ovo da Ema, zona rural de MARAVILHA)

O museu tem recebido muitos visitantes, com seus (4 anos) de inaugurado , já se constitui em ponto de atração da cidade e da região, recebendo estudantes de toda redondeza e pesquisadores de Alagoas, (Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo. Bem como a presença de turistas estrangeiros).

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A expectativa é que o museu de Maravilha represente para os outros municípios que possuem o mesmo potencial, um exemplo, pelo seu propósito de seriedade científica.

 

Réplica da Preguiça- Gigante localizada na Praça Central da cidade de Maravilha-AL.

 

Fonte: Enciclopédia Municípios de Alagoas- Organização Arnon de Melo, págs. 198-222.